Neste sábado (6) o Rei Charles será coroado ao lado da Rainha Consorte.
“Com ou sem sorte” porque queria ver a Princesa Diana se tornando a rainha. Mas quis o destino assim.
A princesa Diana vivia um casamento infeliz com o Príncipe Charles. Resultado: o divórcio.
E numa manhã de domingo o mundo acordou com a notícia do trágico acidente e morte da Princesa Diana. Era o ano de 1997.
Sabe aqueles momentos em que recebemos uma notícia e o impacto faz com que o tempo congele? Foi assim.
Como na morte de Ayrton Senna, na ocasião do próprio casamento de Charles com Diana, na Chegada do Homem à Lua…
E esse momento congelado permaneceu na memória e agora reascende com força.
Curitiba não teve reis e rainhas.
Mas o Brasil teve dois imperadores, o que na prática é quase a mesma coisa que reis.
Esses imperadores distribuíram títulos de nobreza à muitas pessoas por mérito e o Paraná teve filhos ilustres contemplados.
Curitiba teve também uma nobreza. E essa nobreza teve origem com a erva mate.
A erva mate daqui fez viscondes e barões, criando a pequena aristocracia curitibana, a exemplo do que ocorreu com o café em São Paulo, com a cana-de-açúcar no Nordeste, com o cacau na Bahia e com a borracha em Belém e Manaus.
Os “barões da erva-mate” construíram palácios e palacetes e viajavam muito à Europa trazendo de lá ideias para construir e mobiliar suas casas.
O interior das construções utilizava materiais de acabamento e móveis da melhor qualidade, em sua maioria vindos da Europa.
Os primeiros bairros de Curitiba nasceram exatamente onde foram morar os donos das ervateiras do Paraná.
O Alto da Glória, principalmente na atual Avenida João Gualberto, é o endereço onde habitam até os dias de hoje o clã de Agostinho Ermelino de Leão Junior.
VILA ODETTE ainda é residência de membros da família Leão e a PRINCESA NINA (Odette Leão) ainda vive lá.
Villa Odette
Na mesma rua também viveu o fundador da Mate Real, Francisco Fasce Fontana, na residência que ficou conhecida como Mansão das Rosas.
O Alto da Glória era o local preferido para moradia dos ervateiros justamente por estar na saída para a Estrada da Graciosa, trajeto usado para levar a erva-mate, em lombos de burro e carroções até Paranaguá. Isso antes da construção da estrada de ferro.
Outro bairro que nasceu da erva mate foi o Batel, primeiro ponto de parada em Curitiba das mulas carregadas que vinham do interior do estado trazendo o mate para ser beneficiado nos engenhos da capital.
As ruas onde foram construídas as residências são as atuais Avenida Batel e Rua Comendador Araújo.
Alguns desses proprietários ergueram os casarões ao lado dos próprios engenhos.
O único dono de engenho que construiu um grande palacete longe do engenho foi o Barão do Serro Azul – Ildefonso Pereira Correia.
O engenho Tibagy que era dele ficava ao lado de onde hoje é a Pracinha do Batel e a sua casa foi erguida bem distante – na Rua Carlos Cavalcanti.
Vida longa à nossa PRINCESA NINA que aos 84 anos, mantém um palácio em pé, conservado e em funcionamento às próprias custas e nós, curitibanos, podemos encher os olhos com esta construção que causa admiração, impressiona, traz nostalgia e veracidade aos fatos históricos ocorridos em Curitiba.
Nina é trineta do Visconde de Nacar, sobrinha bisneta do Barão do Serro Azul, bisneta do Desembargador e Comendador Ermelino de Leão e neta de Agostinho Ermelino de Leão Junior, o fundador do Mate Leão.
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