Segundo o calendário gregoriano, um ano novo se anuncia no oriente. Momento não só de reflexões, como novos projetos. Aliás, como ensina Fernando Pessoa, “há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”. Por óbvio, a advocacia situa-se nesse cenário, cujos desafios são múltiplos e indeterminados.

 

A exemplo da televisão, internet e telefone celular, a inteligência artificial consubstancia uma mudança de paradigma na sociedade. Cuida-se de um caminho sem volta. Com certeza substituirá o trabalho desenvolvido por inúmeros advogados. Porém, se não é possível afasta-la, nada melhor do que estudá-la, desenvolvendo ferramentas no sentido que trabalho humano jurídico coexista com máquina. Esses profissionais, portanto, sempre terão espaço no mercado de trabalho. Tem mais.

 

A crise econômica, agravada pelo período pandêmico de Covid-19 exige que o profissional do direito conheça o sistema jurídico da insolvência, acompanhado de noções básicas de economia e contabilidade. Acredita-se que, em 2024, esse segmento trabalho aumentará seu espaço de atuação na sociedade. Existem ainda outras áreas que indicam uma tendência de crescimento, a exemplo do direito digital e tributário, principalmente em razão da reforma do sistema tributário, em andamento.

 

Por fim, a advocacia tem o dever (e não desafio) de continuar construindo espaços plurais de diálogo entre opiniões divergentes, sempre, porém, na defesa do estado democrático de direito. Assim, estará contribuindo para afastar, por completo, tentativas de ruptura da ordem constitucional, como aconteceu em um passado recente. Feliz 2024.

 

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