Primeiramente, é preciso esclarecer a inexistência de qualquer restrição ao Caldeirão do Huck. Ao contrário. Cuida-se de um programa de auditório capitaneado pelo empresário Luciano Huck, que desfruta de uma enorme audiência. Luciano Huck, por sua vez, é um empresário de sucesso, com participações em diversas empresas, com enorme popularidade. A preocupação reside no fato que, a depender do andar da carruagem, alguns Ministros do STF, muito provavelmente, em um futuro próximo, estarão participando do Caldeirão do Huck. Explica-se.
Com efeito, em se tratando de Magistrados, eventuais manifestações devem ser realizadas exclusivamente nos autos. Nada mais. Não é recomendável que Ministros usualmente se manifestem em redes sociais ou programas de televisão opinando sobre temas múltiplos, inclusive política. Mais delicado ainda, ficarem frequentando Casas Legislativas e participarem de jantares e festas com políticos, debatendo assuntos que extrapolam sua competência constitucional (art.102 da CF). Pior ainda, o debate público com Elon Musk sobre a amplitude das redes sociais. Ainda que se cuide de um tema relevante e complexo, essa exposição presta-se, tão somente, para desprestigiar o Supremo Tribunal Federal.
Enfim, espera-se que a discrição e à defesa da Constituição Federal sempre prevaleça. Somente assim, diminuirá o índice de rejeição dos brasileiros para com alguns Ministros do STF. Caso contrário, a “tampa desse caldeirão” pode explodir, com efeitos múltiplos e indefinidos. Aqui reside o perigo.
Leia outras colunas Direito e Justiça aqui.