Depois que Francisco Fido Fontana começou a circular com o primeiro carro pelas ruas em Curitiba, em 1903, os senhores abastados da cidade, que eram os industriais da erva-mate, quiseram adquirir também um automóvel.

Francisco Fido Fontana foi o primeiro importador de veículos para o Paraná. Como já conhecia o caminho da importação, montou uma importadora/revenda e a primeira oficina de carros em Curitiba. O prefeito Cândido de Abreu adquiriu um automóvel e dois caminhões para utilizar nos serviços da prefeitura. Logo depois, o estado comprou alguns veículos automotores para servir o Corpo de Bombeiros, recém implantado na cidade.

Aos poucos, os primeiros calhambeques começaram a circular na cidade. Somente as ruas do Centro eram calçadas, em volta eram ruas de saibro ou de terra mesmo onde, até então, transitavam somente carroças. Os automóveis eram símbolos de status e a Rua XV de Novembro era onde os motoristas desfilavam, no trecho entre a Praça Santos Andrade e Praça Osório. Os carros que circulavam eram importados dos EUA e Europa. Os grande, normalmente eram americanos. Os modelos europeus eram mais compactos.

A primeira concessionária Ford de Curitiba foi a Rocha (Cominese da Rocha) e ficava na esquina da Comendador Araújo com a Visconde do Rio Branco. Tinha a Santos & Irmão, localizada na Barão do Rio Branco, ao lado da HM. Eles importavam Hudson e recebiam no Porto de Paranaguá. Subiam com os carros, um a um, pela serra da Graciosa.

A Nickel trabalhava inicialmente com a importação de equipamentos dentários e itens necessários para os dentistas, como ouro, utensílios para extração e tratamento. Importava também bicicletas e outras coisas. A sede da importadora era uma lojinha na Rua Barão do Rio Branco, no Edifício do Clube Curitibano. E a Nickel passou a importar automóveis Chevrolet. E também Buick, Oldsmobile, Pontiac. Inicialmente comprava da Mesbla, em São Paulo, que importava diretamente dos Estados Unidos.

Os automóveis chegavam de navio encaixotados no Brasil. Em caixões de madeira lacrados e vinham desmontados. A Nickel instalou uma oficina na Rua Marechal Deodoro, bem onde hoje é a Galeria Lustosa e ali, o cunhado do Sr Guilherme Nickel Filho, o  Sr. Augusto Blitzkow, administrava. Esses carros eram montados ali na oficina.

Isso foi assim até 1925, quando a General Motors se instalou no Brasil e a Nickel foi nomeada concessionária Chevrolet. A primeira do sul do Brasil. O Sr Guilherme montou a primeira loja com showroom na Rua Barão do Rio Branco, entre a Marechal Deodoro e a José Loureiro, ao lado do Laboratório Frishmann.

Por volta de 1940, iniciaram a construção de um prédio maior onde foram instaladas, juntas, a loja de exposição e a oficina, localizada na esquina das ruas Barão do Rio Branco e Pedro Ivo.

No antigo endereço da Nickel na Barão, veio a se instalar o J. Prokopiak, que já importava Studebaker e passou a ser a primeira concessionária DKW de Curitiba. O endereço anterior da J. Prokopiak ficava na Praça Carlos Gomes, ali onde depois passou a ser a sede da Gazeta do Povo.

Inclusive o primeiro DKW (Das Kleine Wunder – A pequena maravilha) que ficou exposto no show room da loja e era todo cinza, foi o Vô Dante que adquiriu. Placa 6308.

Alguns anos depois, a Zacarias, que vendia Geladeiras Frigidaire, que era também uma empresa da General Motors e tinha a loja na Praca Santos Andrade, embaixo do Edifício Marumbi, passou a ser a segunda concessionária Chevrolet na capital. A Zacarias que hoje é a CCV. A Dipave veio a ser a terceira concessionária Chevrolet de Curitiba.

Muitas informações desse relato recebi do Sr Guilherme Nickel Neto (Lico – i.m.) e Cid Pasteur Romanó.

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André Lopes