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27/04/2024



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Previsão do tempo em Curitiba: chuva

 Previsão do tempo em Curitiba: chuva

Passando há alguns dias pela Rua Voluntários da Pátria em direção à Praça Rui Barbosa, me deparo com a “Casa das Sombrinhas” no lado direito da rua.

 

A Casa das Sombrinhas é uma loja tradicional de Curitiba, especializada em artigos de chuva desde 1950.

 

Aliás, está nesse mesmo lugar há muitos anos e a loja permanece igual – o que dá uma grande nostalgia para quem entra ali.

 

Na foto antiga desta postagem vemos “A Sombrinha de Ouro”, outra loja tradicional – fabricante de sombrinhas e guarda chuvas que ficava na Rua Dr Muricy, quase esquina com a XV de Novembro.

 

“A Sombrinha de Ouro” era do Sr. Fischel Smargovich, fundador da Empresa e do sócio Salomão Kac.

 

Ambos trabalharam juntos por alguns anos e depois se separaram. Um dos sócios ficou com a “Casa das Sombrinhas” e o outro com a “Sombrinha de Ouro”.

 

Atualmente só existe a “Casa das Sombrinhas” e os proprietários são o filho e o neto do Sr. Fischel Smargovich.

 

 

Tudo começou quando cinco jovens de famílias judias vieram ainda muito jovens para o Brasil, fugindo da Europa ocupada pelos nazistas: Moisés Bergerson, Marcos Bergerson, Salomão Kac, a irmã Esther Kac e Fiszel Szmargowicz.

 

Todos tinham perdido os pais e familiares pela perseguição nazista.

 

O destino foi Curitiba por terem um parente de um parente que morava no sul do país.

 

Fiszel Szmargowicz foi ao encontro desse senhor no Rio Grande do Sul, que lidava com a fabricação de guarda-chuvas e com ele aprendeu o ofício.

 

Voltando para Curitiba, abriu a Sombrinha de Ouro e convidou o companheiro Salomão Kac para a sociedade.

 

A loja/fábrica foi aberta na Rua Dr. Muricy, quase esquina com a Rua XV de Novembro.

 

E me veio a lembrança das idas com minha mãe na Rua Voluntários da Pátria, quando nós duas ainda cabíamos dentro de uma sombrinha, no tempo em que consertar guarda-chuvas era normal.

 

Bem ao contrário de hoje, quando rapidamente os descartamos.

 

Guarda-chuva era um artigo muito distinto. Custava caro porque podia durar uma vida inteira. E passava de pai para filho.

 

Meu marido conta que, quando criança, ao carregar o guarda chuva em dias chuvosos, geralmente o esquecia nos lugares aonde ia.

 

Resultado: ao chegar em casa apanhava. E tinha que voltar e buscar.

 

Guarda chuva é uma das coisas que com o tempo só piorou.

 

Ou melhor, até tem produtos excelentes mas ganhou genéricos com preços infinitamente menores e qualidade idem.

 

Perdeu resistência, passaram a utilizar material inferior, economizaram nas varetas e até na linha que costura a haste no tecido de nylon.

 

Criaram o formato de um quadrado para segurar o cabo sem a confortável curva.

 

O encaixe de plástico que segura o tecido nas pontas se tornou frágil e solta-se ao primeiro vento.

 

As hastes de metal frágeis facilmente se dobram ao contrário e ficam retorcidas.

 

E como perdemos o hábito de sair de casa providos de um bom guarda-chuva, ocasionalmente somos surpreendidos e nos rendemos aos vendedores que brotam do nada e surgem nas esquinas oferecendo guarda chuva a 10 reais.

 

E neste momento, quando não se tem escolha, somos rendidos a esses artigos inferiores.

 

E a grande pergunta: onde vão parar esses tantos guarda-chuvas esquecidos e esses outros tantos que se entortam e são jogados fora?

 

A boa nova é que se você for hoje em uma loja especializada nesses artigos, encontrará guarda chuvas e sombrinhas com muitas diferentes utilidades:

 

– Para proteção de cães quando necessitam fazer suas necessidades em dias chuvosos.

 

– Invertidos: que não fazem a poça de água quando os largamos em um canto.

 

– Com proteção contra os raios UV, com iluminação de led para você andar à noite, os duplo-reforçados e resistentes a tornados e até os com abertura e fechamento automáticos. Fechamento automático é novidade.

 

– E por fim, os multicoloridos para uso em decoração de eventos, os transparentes para fotos e ainda os com sensor Bluetooth, para acabar de vez com os esquecimentos. Vou comprar um desses para o meu marido!

 

Reparos

A Empresa foi fundada em 1950, por Salomão Kac com o nome de Kac&Ansai. Com a saida do Sr. Ansai, Salomão convida o primo Fischel, e lhe dá 40% da sociedade e a razão social da empresa passa a Kac&Cia.

A Sombrinha de Ouro era o nome fantasia.

Em 1975 Fischel sai da sociedade e cria a Casa das Sombrinhas. Salomão continua com A Sombrinha de Ouro, que anos depois passa a Bel Indústria de Sombrinhas e, na sequência, Bel Fix Import Ltda., ficando apenas com vendas no atacado.

Informações fornecidas pelo filho, Milton Kac.

 

Leia outras colunas da Karin Romanó aqui.

1 Comment

  • E hoje está sol

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