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27/04/2024



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Valetas de Curitiba

 Valetas de Curitiba

Uma das características da Curitiba Antiga sempre foi a presença de muitos terrenos alagadiços e pantanosos.

 

Havia por toda a cidade até que as obras de canalização de rios, saneamento, calçamento, meio-fio, bueiros foram chegando nos bairros e hoje até parece mentira afirmar que havia lama por tudo.

 

Fazer caminhadas por lazer ou exercício físico, nem pensar. No tempo seco o pó sujava as roupas. Com chuva, se embarravam os sapatos.

 

Corria-se até o risco de tropeçar e cair nas valetas, que estavam por toda parte.

 

E sobre elas, em frente às casas, os moradores improvisavam umas tábuas para poder entrar e sair.

 

Onde não havia tábuas, o negócio era pular a valeta mesmo.

 

Para quem não sabe, valeta era uma vala estreita e comprida, construída nas ruas de terra na parte mais baixa – em formato de “v”, com o objetivo de drenar o excesso de água das chuvas para outro local mais adequado.

 

Também serviam para jogar as águas usadas das casas pois ainda não havia esgoto nas regiões fora do Centro.

 

E o que acontecia é que a coleta de lixo nem existia e alguns moradores jogavam detritos nas valas, o que acarretavam entupimentos das valetas em vários pontos.

 

 

Essa foto é de 70 anos atrás. Meu pai estava com 20 anos (Ney Romanó) e minha prima mais velha, Maria Lucia Romanó Rocha, com 2 anos.

 

Nesta época ela morava na Praça do Atlético e o pai ia a cavalo visitar. Primeira neta, sobrinha, era o maior xodó da família.

 

Dá para imaginar que esse local é a Baixada do Atletico?

 

O barro a gente vê pelos cascos do cavalo que estão um pouco afundados.

 

As cercas das casas eram de madeirinha e o que mais tinha era pasto para esse lado da cidade.

 

Conforme relato do Sr. Jorge Manoel Nauffal, amigo que morava nas imediações:

 

“Nos anos quarenta, morávamos na Silva Jardim e para chegarmos até a Cervejaria Brahma, tínhamos que descer até a Rua Tereza Cristina (atual Rockfeller), seguirmos até a Iguassu pelo macadame e até a Getúlio Vargas pela lama. Descíamos a Getúlio até o portão principal, ainda pela lama, onde somente havia o macadame até a Rua João Negrão, a qual já era pavimentada com paralelepípedos. Íamos buscar o levedo de cerveja, o qual fazíamos a distribuição, a pedido de um dos diretores, evitando a formação de filas na portaria da cervejaria. Muitas pessoas tinham o costume de fabricar a própria cerveja em suas casas”.

 

Leia outras colunas da Karin Romanó aqui.

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