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28/04/2024



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Curitiba: uma cidade construída sobre rios

 Curitiba: uma cidade construída sobre rios

Viajando para a Europa, observamos que as grandes cidades são cortadas por um rio, geralmente caudaloso, largo, limpo e que costumamos admirar. Mas pouca gente sabe que Curitiba é uma cidade construída sobre rios.

 

Os rios Belém e Ivo são os que estão presentes na região central de Curitiba e antigamente corriam a céu aberto porém hoje estão INVISÍVEIS.

 

Em nome do progresso e da urbanização, por serem muito serpenteados, sofreram processos de retificação e mudanças de curso ao longo do tempo. Viraram esgoto e com a concentração de edificações na região central, se tornaram muito poluídos.

 

Como tinham o leito raso e sofreram assoreamento em várias regiões baixas da cidade, somados com fortes chuvas provocavam frequentes alagamentos e transtornos que até hoje são lembrados.

 

Acabaram sendo canalizados, cobertos e desviados para permitir a construção de prédios e ruas sobre eles e acabar com as enchentes.

 

O que muitos curitibanos não sabem é que podem estar morando ou trabalhando sobre algum deles.

 

 

O Rio Ivo vinha lá da Rua Vicente Machado, passava pela Praça Osório, atravessava a Praça Zacarias, alcançava a Praça Carlos Gomes e vinha pela Rua Pedro Ivo, cruzando as ruas João Negrão e Conselheiro Laurindo, indo desaguar no Rio Belém no comecinho da Rua Afonso Camargo.

 

Ali formava um “V” ou ângulo agudo com o Rio Belém, que vinha do Parque São Lourenço, passava pelo Bosque do Papa, pela Rua Cândido de Abreu, Passeio Público, Rua Mariano Torres, Rua Itararé e outras, indo mais adiante receber as águas do Rio Ivo e seguir em frente.

 

Uma das muitas intervenções para retificação e mudança de curso dos rios da região central de Curitiba ocorreu na Praça Senador Correia e provocou a queda do muro da casa dos meus avós, que moravam em frente.

 

Na realidade, houve muitas intervenções em muitas ruas ao longo dos governos para resolver o problema das inundações na Rua Mariano Torres. Antes disso, os terrenos nas vizinhanças desta praça eram muito pantanosos.

 

Uma curiosidade foi que o Vô Dante Romanó construiu um hospital no terreno ao lado de sua casa utilizando troncos de pinheiros para as fundações do prédio.

 

Estes foram inseridos no subsolo com o bate-estaca até alcançar as pedras. Permanecem no local mantendo a construção de dois andares ao longo de 80 anos.

 

 

Outra coisa curiosa é que todos os rios importantes de Curitiba receberam nomes indígenas, mas esses dois rios não.

 

O rio Belém recebeu o nome homenageando a cidade onde Cristo nasceu, porém o Rio Ivo curiosamente recebeu esse nome porque passava nos fundos de uma propriedade cujo dono se chamava Ivo. Não sei se é lenda ou o fato é verídico.

 

Já o Rio Belém é um rio 100 por cento Curitibano. Atravessa a cidade inteira, cruzando de norte a sul.

 

A foz do rio Belém é no rio Iguaçú, que nasce aqui em São José dos Pinhais e atravessa o Paraná e chega lá no extremo oeste. A Foz do Rio Ivo é no Rio Belém, como vemos no mapa.

 

” F O Z” eu lembro sempre que é onde o rio termina e não me confundo mais, porque lembro que FOZ tem a letra “z”. (Última letra do alfabeto e daí associo com fim… onde o rio termina). E como sabemos que os rios correm para o mar ou para outros rios, todo rio tem uma FOZ.

 

Então, quando lembrarmos da cidade de Foz do Iguaçú saberemos que é onde o Rio Iguaçú, que começa aqui na região metropolitana, vai desaguar em outro rio – no Rio Paraná, percorrendo 910 km (fazendo muitas curvas ao longo do percurso).

 

Próximo da foz estão as Cataratas do Iguaçu, que são as maiores quedas em volume de água do planeta.

 

Leia outras colunas da Karin Romanó aqui.

2 Comments

  • Muito, muito bom. Parabéns!

  • Curto muito suas histórias. Ainda tem o livro pra vender?

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