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29/04/2024



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O dia em que a mentira aprontou para a verdade

 O dia em que a mentira aprontou para a verdade

A expressão Fake News definitivamente entrou para o vocabulário mundial.

Não sei como referem-se à ela em outros idiomas e países, mas esse é um detalhe. Não importa o nome, atualmente a propagação de mentiras ocorre com uma rapidez jamais imaginada.

É bem oportuno, assim, lembrar da fábula que alguns dizem ser judaica e que fala sobre o encontro entre a Verdade e a Mentira.

Parece ironia, mas no caso dela há diferentes registros. Eu preferi contá-la ao meu modo, mantendo-me, claro, fiel à mensagem original.

Antes de prosseguir com a leitura, observe a imagem da ilustração.

Trata-se de uma reprodução do quadro “A Verdade Saindo do Poço” pintado em 1896 pelo francês Jean-Léon Gérôme.

Viu que ela está com um chicote na mão?

A história te mostrará a razão:

“De acordo com uma lenda, a Verdade e a Mentira, que nunca foram muito próximas, encontraram-se um dia.

A Mentira foi até a casa da Verdade e bateu à porta dizendo:

– ”O dia está maravilhoso, hoje”.

A Verdade saiu, olhou para o céu e viu que não havia nuvens de chuva. Sentiu uma brisa suave soprando, apesar do calor relativamente intenso.

Só depois disso é que respondeu à saudação:

– “Bom dia, Dona Mentira!”

Em seguida a Mentira convidou-a para um passeio e as duas começaram a caminhar, seguindo por uma trilha e conversando sobre trivialidades.

A Verdade, sabendo da fama da Mentira, avaliava cada palavra dita por ela, preocupada com o que a outra pudesse fazer, mas, lembrando que ela tinha sido correta sobre a beleza do dia, sentiu-se mais confiante.

Um pouco mais para a frente chegaram à um poço e a Mentira falou:

– “Está muito quente, hoje! Vamos tomar um banho, dona Verdade?”

Dito isso, a Mentira se despiu e entrou, dizendo:

– “Venha, a água está uma delícia, simplesmente maravilhosa.”

A Verdade, ainda desconfiada, testou a água e percebendo que estava realmente muito gostosa, também tirou a roupa e entrou no poço.

Logo que ela mergulhou, a Mentira saiu da água, vestiu as roupas da amiga e fugiu.

A Verdade, furiosa por ter sido enganada, saiu do poço e pegou o chicote para acertar as contas com a Mentira, mas não quis vestir as roupas da outra para não ser confundida com ela.

Segura e confiando em sua reputação, decidiu sair nua à caminhar, mas o mundo, vendo a Verdade nua, desviou o olhar, com desprezo e raiva.

Então a pobre Verdade voltou ao poço e desapareceu para sempre.

Desde então a Mentira anda por aí, vestida como a Verdade e satisfazendo as necessidades do Mundo, que não demonstrou nenhuma vontade de encontrar a Verdade nua”.


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