Eu sempre fico feliz quando encontro vinhos bons, agradáveis e baratos. Os famosos BBB (bom, bonito e barato). Isso alegra minha alma, porque me dá a certeza de que todos estes anos de muitos vinhos, cursos, aulas e viagens, serviram para alguma coisa.
Descobri que tinha “boca” para vinho quando comecei a ser procurado por amigos para escolher os vinhos para festas e eventos. Eles me davam um orçamento e eu ia garimpar vinhos por aí. Lembro até hoje do casamento do filho de um amigo. Achei o vinho, era o lançamento, a primeira safra do Crocodilo da Viña Cobos, da Argentina. Tinha tomado esse vinho lá em Mendoza e acabei indicando. Foi um enorme sucesso no casamento, e o vinho até hoje é um campeão de vendas na vinícola.
O vinho também é oportunidade. Tempos atrás eu peguei uma liquidação de vinhos brancos, na verdade foi no ano passado, e acabamos tomando um vinho português muito bom, com passagem por barricas de carvalho. Um vinho bem abaixo dos 100 reais que o importador estava vendendo a preço de custo. Resultado foram 12 caixas, 72 garrafas que acabaram chegando aqui em casa. Dividi algumas garrafas com amigos, porque vinho é assim mesmo, feito para compartilhar.
Essa semana tomei um vinho rosé e um tinto. Ambos vinhos leves e numa ótima faixa de preço.
Vamos primeiro com este rosé, um vinho chileno chamado Viejo Feo, produzido no Valle Del Maule pela Vinã Tinajas. Pelo rótulo e pelo nome você acaba não dando nada por ele, mas cheguei na loja da Vino Nobile depois de um dia intenso de trabalho, estava quente e eu queria algo gelado. A loja estava fechando, o cara ascendeu a luz e me levou na geladeira dos vinhos brancos. Quando chegamos ele foi falando a característica dos vinhos que estavam ali, e bateu nesse rosé da uva Pinot Noir.
Agarrei a oportunidade. A vinícola usa apenas 8 hectares para plantar essas uvas. São videiras com 16 anos de vida, consideradas novas para os padrões tradicionais. Um vinho bastante frutado, que na taça tem uma cor rosé puxando para o laranja, com aromas de frutas maduras e na boca um pouco de pimenta, um vinho fácil de tomar.
O tinto que eu experimente é um daqueles que veio na caixa de assinatura da Grand Cru. Como estava fazendo uma faxina no meu estoque abri aquela garrafa de vinho francês.
Um Côtes du Rhône, chamado La Fiole. Um vinho que vem naquela garrafa torta típica do Châteauneuf-Du-Pape. Quando abri ela estava na temperatura certa, um pouco mais fresco, combinou perfeitamente com o dia quente e com a noite com aquela brisa mais suave de Curitiba. Tomei na varanda de casa aproveitando a “fresca”. Combinou perfeitamente com a noite. Um vinho que amadurece 12 meses em tanques de concreto, vinho formando por duas uvas típicas da França: Grenache e Syrah, que na taça tem uma cor vermelho brilhante, aromas de groselha e ameixa, e na boca bastante especiarias. Um vinho que já foi mais barato, mas acabou fazendo sucesso e subiu de preço. Mesmo assim vale o investimento.
Dicas da semana
1 – vinho tinto La Fiole Côtes du Rhône. Safra 2021. Blend. Teor alcoólico 13,5%. No site da Grand Cru por R$ 189,00.
2 – vinho rosé Viejo Feo. Safra 2023. Uva Pinot Noir. Teor alcoólico 13%. Na loja da Vino Nobile por R% 69,00.
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