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ALEXANDRE-CABECA-COLUNA

Primeiro olhar

21/03/2025

Quando você vai escolher um vinho para beber a primeira coisa que chama a tua atenção é o rótulo. São as cores, o nome, o design, imagens, alguma coisa ali faz o teu olhar fixar nele e pegar aquela garrafa entre tantas na prateleira. Mas como tem rótulo feio no mundo, e como tem vinho excelente engarrafado com um design medonho.

De uns tempos para cá os jovens enólogos e as vinícolas mais modernas tem buscado alternativas, principalmente para atrair um público mais jovem. Mas na verdade o que conta no rótulo são as informarções contidas nele: reserva ou gran reserva, denominação de origem, safra, teor alcoólico, entre outras. Eu fico feliz quando o produtor explica quantos meses em barrica de carvalho aquele vinho estagiou, o tempo em barrica faz toda a diferença no produto final.

Nas feiras e eventos você não tem espaço para olhar todas as informações, e o que chama a primeira atenção acaba sendo o nome. Uma vez parei no produtor português que faz um vinho chamado Campo Largo. É um ótimo vinho, mas o dono é azedo como limão. Quando comentei sobre o vinho Campo Largo do Brasil, o maior engarrafador de vinhos do nosso país, o cara me deu uma patada, se dizendo farto dos brasileiros e dos comentários sobre o vinho com o mesmo nome. Burro, sem visão de negócios, poderia fazer uma parceria e surfar na onda, mas prefere ficar naquele mundo pequeno.

Este ano na feira da Essência dos Vinhos, no Porto, em Portugal, achei um produtor que com certeza faria sucesso no Brasil: a Herdade do Peru. Não pelo nome, mas sim pela qualidade dos vinhos que eu experimentei ali. Eles estão buscando importadores e embaixadores para a marca aqui no Brasil. É um vinho de alta gama e a vinícola é um espetáculo de linda. Fica no Azeitão, poucos quilômetros ao Sul de Lisboa, numa região bem próxima ao oceano. Já marquei uma visita para daqui algumas semanas e farei uma coluna exclusiva sobre tudo o que eu encontrar lá.

O vinho branco, apesar de não ser o topo de gama deles, é um vinho muito elegante, que na taça tem uma cor esverdeada-palha brilhante, com aromas de frutas e flores, e na boca é fresco, floral, jovem mas com final longo e persistente. Eu adorei este vinho.

Já o vinho tinto foi um dos melhores que tomei neste evento. É um monocasta, Merlot, aliás se plantam muitas uvas francesas na região de Lisboa e Pegões. Vinho que passa 24 meses em barricas de carvalho francês de primeiro uso. Um vinho que na taça tem uma cor vermelha viva, sangue, com aromas de fruta vermelha com notas de cacau, ameixa, chocolate, baunilha, e especiarias, e na boca ele é um verdadeiro veludo.

Lembre que esses vinhos você pode trazer para o Brasil na mala ou comprar nos comércios on-line de Portugal que eles chegam aqui, isso se ficarem na cota estipulada pela Receita Federal.

Dicas da semana

1 – vinho branco Herdade do Peru. Safra 2023. Blend de uvas brancas. 13% de teor alcoólico. No site da Portugal Vineyards por EU$ 16,45.

2 – vinho tinto Herdade do Peru Private Collection. Safra 2022. 100% Merlot. 14.5% de teor alcoólico. No site de Portugal Vineyards por EU$ 68,85

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